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Viagem no tempo

O tempo é o intervalo que se passa entre o acontecimento de dois eventos. Tempo é aquilo que você gastou desde que você começou a ler este arquivo, por exemplo. Até o início do século XX, pensávamos que o tempo era absoluto, ou seja, que era o mesmo para todos nós e que isso poderia ser facilmente constatado por meio de relógios. Um segundo na Terra teria o mesmo valor que um segundo em qualquer parte do universo. Porém, alguns avanços científicos provariam que esse modelo era insuficiente em determinadas ocasiões.

Uma das principais evidências surgiu quando a velocidade da luz começou a ser medida. Durante essas experiências, os físicos notaram que o resultado era sempre o mesmo. A velocidade da luz era constante, independentemente da posição do observador. No caso da luz, a velocidade é constante. Ou seja, mesmo que a luz seja emitida por um objeto em movimento, a velocidade será sempre a mesma: 299.792.458 m/s. Se a velocidade não muda, alguma outra variável envolvida precisaria estar mudando. Nesse caso, a variável era o tempo. Essa foi uma das descobertas de Albert Einstein durante a elaboração da Teoria Especial da Relatividade. A partir do estudo de Einstein, a nossa concepção sobre o tempo mudou: de absoluto e imutável, o tempo passou a ser relativo, podendo variar de acordo com as condições em que foi medido.

Além disso, o tempo e o espaço passaram a se comportar como se fosse um objeto só, que foi batizado de espaço-tempo. Ou seja, ir e voltar no espaço equivale a ir e voltar no tempo. Mais do que isso, os cientistas perceberam que, ao se movimentar em uma velocidade muito grande, próxima à velocidade da luz, por exemplo, o tempo passa mais devagar do que para quem está parado ou andando em uma velocidade inferior. Viagem Para o Futuro

A viagem no tempo para o futuro, quando vista pela Física, não funciona como no cinema. Você não pode entrar em um veículo e simplesmente aparecer em uma época cheia de avanços tecnológicos e carros voadores. Porém, como já declarado anteriormente, é possível retardar o tempo. Digamos que você deixe sua família na Terra, e parta em uma viagem pelo espaço em uma velocidade próxima da velocidade da luz. Quando você retornar, perceberá que terá se passado muito mais tempo na Terra do que para você. Ou seja, você “voltou” para o futuro. E consequentemente, também terá envelhecido menos do que os seus parentes e amigos que permaneceram no planeta. Uma situação semelhante é enfrentada pelos astronautas em órbita ao redor da Terra. Por estarem se movendo rapidamente ao orbitar o nosso planeta, é possível perceber que o tempo, para eles, passou alguns milésimos de segundo mais lento. Se levarmos isso em consideração, podemos dizer que o nosso primeiro viajante do tempo foi o cosmonauta russo Sergei Avdeyev. Com mais de 748 dias a bordo da estação Mir, orbitando a uma velocidade de aproximadamente 7,5 km/s, Avdeyev viajou cerca de 20 milissegundos no futuro, o que ainda é considerado como sendo o recorde de viagem no tempo de um ser humano.

Viagem Para o Passado

Como vimos até agora, é relativamente “fácil” viajar para o futuro. O problema aparece mesmo quando o assunto é voltar para o passado. Nesse cenário aparecem novas ideias, tão fantásticas quanto as que já foram apresentadas. Em tese, viajar para o passado seria possível se a barreira da velocidade da luz fosse ultrapassada. Mas isso seria fisicamente impossível. Embora a Física Quântica aceite a possibilidade da existência de partículas que se movem mais rapidamente do que a luz é improvável que alguém ou algo pudesse ser acelerado até essa velocidade, pois isso exigiria uma quantidade infinita de energia.

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