A Alemanha moderna teve seu início no século XIX quando o Sacro Império Românico-Germânico deu lugar a Alemanha moderna em 1871.
O Sacro Império Românico-Germânico (conhecido também como I Reich) era, no século XIX, um conglomerado de principados e cidades livres sem expressão mundial. Dos estados onde se falava a língua alemã, o único relevante era a Prússia e ela não pertencia ao Sacro Império.
Napoleão contribuiu para a formação da Alemanha moderna. O avanço da França sobre as terras alemães insuflou o sentimento de nacionalismo dos povos germânicos que tinham um invasor contra quem lutar. Além disso, onde a França se estabeleceu (região da Baviera, sudeste da Alemanha) ela promoveu a união dos principados, construído uma unidade política.
Depois que Napoleão foi derrotado, seus territórios foram repartidos e o mapa da Europa redesenhado. Após o Congresso de Viena foi formado uma Confederação Alemã com 39 estados sob o comando de um parlamento presidido pela Áustria. Prússia e Áustria tinham opiniões divergentes quanto a unificação alemã: a Áustria não queria a unificação, enquanto a Prússia desejava (pois objetivava ter a Alemanha sobre seu comando). A Prússia cria então Zollverein, uma união aduaneira entre os estados alemães com o objetivo de facilitar o comércio entre a região. A Áustria fica fora dessa união. Progressivamente, a Prússia vai ganhando poder em detrimento da Áustria. Entre a população alemã começavam a vigorar ideias nacionais liberais, que reivindicavam uma reforma constitucional. Buscava-se definir uma identidade para o povo alemão a qualquer custo.
Em 1862 Bismak – chanceler da Prússia – decide resolver de uma vez por todas a questão alemã. Ele passa a fortalecer o exército prussiano e travar várias batalhas (Guerra dos Ducados, 1864; Guerra contra a Áustria, 1866; Guerra Franco-Prussina, 1871) para conquistar territórios nas fronteiras do país. Em 1871, deu-se inicio ao II Reich, com a Alemanha unificada e forte econômica e militarmente. Essa Alemanha passou a disputar poder geopolítico com a Inglaterra, o que futuramente levaria à primeira guerra mundial.
Nessa nova Alemanha, o exército gozava de uma autonomia impressionante. Não estava submetido nem ao parlamento nem ao governante. A política externa da Alemanha era agressiva, o que criou desafetos com a França, Rússia e Inglaterra. Internamente, vários tipos de pessoas eram consideradas inimigos do Reich pelo governo tais como: liberais, sócio-democratas, católicos, franceses, poloneses, dinamarqueses, judeus. A unificação pela força não foi capaz de construir uma identidade alemã de fato.
Quando eclode a primeira guerra mundial, o povo alemão se mostra curiosamente unido e todas as tensões entre liberais e conservadores se acalmam.
Após a primeira guerra, a Alemanha desmoronou. O governo foi deposto e iniciou-se a Republica de Weimar. O país se encontrava numa situação econômica delicada. O Tratado de Versalhes impôs aos alemães a perda de territórios, limitação nos gastos militares, e indenização aos danos causados pela guerra. Esse tratado foi recebido pelos alemães como um grande humilhação o que acabou permitindo que se tornasse popular um discurso radicalmente nacionalista como o de Hitler.
No período que se segue a Alemanha viveu uma grave crise econômica associada a uma crise política; o governo não conseguia responder aos anseios da população que vivia sob uma situação de desemprego e hiperinflação. Apesar da orgiem liberal da Republica de Wiemar, ela não consegue fazer um governo popular, se aproximando de setores conservadores como o exército para se manter no poder. Ela não realiza as reformas que pretendia fazer.
A crise econômica, a incapacidade da política de resolver os problemas da população e o nacionalismo criam as condições ideias para que discursos radicais ganhem força. O partido nazista (também conhecido como Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães) se aproveita dessa situação. Hitler começa a ganhar apoio da população ao defender uma política de força para resolver os problemas econômicos. Seu discurso é nacionalista, anti-comunista e xenofóbico. Em 1933 Hitler é nomeado chanceler da Alemanha. A ascensão de Hitler ao poder leva à perseguição de vários grupos políticos e étnicos e ao endurecimento do estado alemão. Futuramente, a política externa agressiva de Hitler e as tentativas de expandir o território alemão levarão o mundo a II guerra mundial.